Mais de 100 pessoas prestigiam abertura do Novembro Azul e Negro

Cidade

A programação do mês dedicado à saúde do homem e da população negra chamado de Novembro Azul e Negro foi aberta oficialmente na manhã desta sexta-feira (1º) no Adamastor Centro. Mais de 100 pessoas prestigiaram o evento, que teve início com apresentações musicais de Juliano Neto e Tatiana Pereira, e contou com palestras sobre o tema, seguidas de debates.

A coordenadora da Rede de Doenças Crônicas da Secretaria de Saúde, Lígia Ortolani dos Santos, abriu o evento reforçando a importância do pré-natal do homem, instituído nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) desde 2017. Ela apresentou o material de divulgação e educativo lançado para o Novembro Azul e Negro de 2019 e que começará a ser distribuído em todas as UBS.

Na sequência, Rosângela Vicente que há 10 anos conduz o grupo antitabagismo da Unifesp (PrevFumo) ministrou a palestra “Prevenção do tabagismo e promoção da saúde”. Ela falou dos benefícios da vida sem cigarro e que, independente da idade, o organismo responde muito bem quando se para de fumar. Sobre o narguile, a palestrante disse que inalar o produto por 20 minutos equivale ao consumo de cinco maços de cigarro.

O tema fez parte da abertura do evento, uma vez que o cigarro ainda é mais prevalente no sexo masculino, sendo um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.

 

Novembro Negro

“Os efeitos psicossociais do racismo e os impactos na saúde da população negra”, foi o tema da segunda palestra do dia proferida pelo psicólogo do SOS Racismo e da Equipe de Formação da Subsecretaria de Igualdade Racial, Wilson Luis da Silva.

O especialista começou sua explanação, falando das raízes históricas do racismo, da época da escravatura e suas consequências, com a desconstrução da identidade e desumanização dos negros. O representante do SOS Racismo destacou ainda que no período pós-abolição esse segmento da sociedade também foi colocado em situação de desigualdade a partir de ideias pseudocientíficas que os colocavam em condição de desigualdade.

“Com isso criaram-se estereótipos que impactam até hoje a vida dessas pessoas. Nem todo negro sabe sambar e nem todo oriental é inteligente. No caso do racismo, ele é um determinante das condições sociais e de saúde, porque causa angústia, insegurança, ansiedade, abuso de substâncias, entre outros problemas”, ressaltou. A programação do Novembro Azul e Negro se estende até o final do mês, com atividades em todos os serviços da rede municipal de Saúde, com intensificação das ações na sexta-feira (22), no chamado Dia D.

Para o gestor da Subsecretaria de Igualdade Racial, Anderson Guimarães, a desumanização dos indígenas e negros, a violação dos corpos, a desvalorização estética, a desqualificação para atividades intelectuais não foram acidentes de percurso no processo escravagista. “Novembro é simbolicamente o mês em que precisamos afirmar e reafirmar que a abolição ainda não terminou! Ainda precisamos garantir acesso e igualdade de oportunidades!”, destaca.

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra faz parte de um compromisso firmado entre as três esferas de governo: federal, estadual e municipal, pactuada e aprovada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Seu objetivo é promover a saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e nos serviços do SUS.

 

Fonte: Prefeitura de Guarulhos

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