G1 – A Polícia Civil descobriu uma produção de ovos de páscoa que operava clandestinamente em uma fábrica de pipocas na cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo.
No local, havia uma escada falsa presa a uma parede. Essa passagem secreta dava acesso a um espaço subterrâneo, onde funcionários eram orientados a reembalar e etiquetar com novas datas produtos fora do prazo de validade.
O ambiente era mal ventilado e havia fios de energia expostos, além de extintores de incêndio também vencidos.
“É um crime altamente perigoso, que pode redundar em danos à saúde pública”, apontou João Blasi, delegado responsável pelo caso.
Segundo a polícia, o chocolate é sobra da última páscoa. Um lote grande que não foi vendido porque o comércio estava fechado por causa da pandemia foi devolvido à empresa pelos mercados e distribuidores de doces.
Depois da descoberta da fábrica, a polícia também foi a um depósito que pertence à empresa, em Arujá, na Grande São Paulo. O chocolate com data vencida era guardado lá, antes de ser levado para Guarulhos.
As funcionárias que embalavam o chocolate foram levadas para prestar depoimento na delegacia. O diretor financeiro da empresa foi preso em flagrante por crime contra a relação de consumo.
“Alguns desses ovos eram descartados porque já não havia condições de reaproveitá-los, mas muitos outros eram utilizados para a confecção de novos ovos, reembalados, reetiquetados. Ou seja, a data de validade constante não era condizente para o produto”, diz o delegado.
O advogado da empresa, Carlos Eduardo Ferreira Santos, negou que os ovos vencidos tenham sido reutilizados.
“A embalagem dos ovos de páscoa foi reutilizada. Os ovos de páscoa foram descartados porque não tem o que fazer mais com ovo de páscoa essa época do ano e as embalagens sim foram reaproveitadas”, disse.
A Vigilância Sanitária de Guarulhos interditou o galpão da fábrica de pipocas e proibiu a retirada dos produtos do local.