Erro histórico do jornalismo brasileiro, caso Escola Base completa 30 anos

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No dia 28 de março de 1994, uma denúncia de um suposto abuso sexual na Escola Base, no bairro Aclimação, na região central de São Paulo, mudaria para sempre a vida dos donos do local e entraria para a história como um dos maiores erros do jornalismo brasileiro.

O caso Escola Base
Os proprietários da Escola Base foram denunciados injustamente. Icushiro Shimada e Maria Aparecida Shimada, a professora Paula Milhim e o esposo, o motorista Maurício Alvarenga, foram acusados de abuso sexual de crianças de quatro anos, alunos do local.

Havia também queixas de que os quatro aproveitavam o horário escolar para levar os estudantes para moteis, onde seriam filmados e fotografados nus.

 

Mesmo sem mandado, a polícia foi acionada e fez buscas tanto na escola, quanto na casa de uma das crianças citadas na denúncia. Como voltaram sem provas, as mães denunciantes telefonaram para a TV Globo, pedindo ajuda.

A mídia, à época, reproduziu a história, mesmo com a falta de provas. Jornais de grande circulação, programas de TV e rádio passaram a acusar os donos e funcionários da escola de pedofilia, provocando uma comoção contra os envolvidos, que precisaram se esconder. O local, inclusive, chegou a ser atacado por vândalos.

Em entrevista ao UOL em 2022, Ricardo Shimada, 44, filho de Icushiro e Maria Aparecida, relembrou uma fala de Hebe Camargo,

em que a apresentadora teria pedido a morte de seus pais.

Eu não sei se não acharam todo o arquivo original, mas ela pediu a morte dos meus pais. Nesse dia que a Hebe falou disso, a minha mãe sofreu um derrame no olho por todo o estresse que já estava passando e ela estava num oftalmologista. Logo que a Hebe falou isso, foi lançada a prisão preventiva dos meus pais. Na hora, eu liguei para eles e mandei eles irem embora porque seriam presos.
Ricardo Shimada

No entanto, tudo era mentira. Investigações posteriores confirmaram que nenhum dos acusados participou de abusos sexuais contra os alunos.

O estrago, porém, já estava feito. Icushiro e Maria Aparecida precisaram fechar a escola e mudar de São Paulo para recomeçar a vida. Apesar do amor pelo ofício, eles não voltaram a trabalhar na área da educação.

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