Os médicos da cidade de Guarulhos decidiram entrar em greve por melhores condições de trabalho na noite de ontem, 27 de novembro. A paralisação terá início na segunda-feira, 2 de dezembro, em razão do déficit de profissionais da rede, que tem sobrecarregado médicos e prejudicado a qualidade do atendimento à população.
Em respeito aos usuários, de hospitais e prontos-socorros não serão afetados, a paralisação se concentrará nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) e ambulatoriais. A deliberação pela greve aconteceu após reunião com a Secretaria da Saúde, ainda no dia 27. No encontro, houve abertura de diálogo, mas a Prefeitura de Guarulhos se negou a negociar a principal exigência dos médicos, a sobrecarga de trabalho.
Atualmente, os médicos da APS do município não apenas realizam quatro consultas por hora, como também atendem a demanda espontânea que chega aos serviços. “Faltam especialistas e médicos em geral. Esse déficit leva à sobrecarga da atenção primária”, explica Eder Gatti, presidente do Simesp que esteve na assembleia.
Ainda segundo Gatti, os trabalhadores da atenção primária estão pagando pelos equívocos da gestão do prefeito Gustavo Henric Costa (Guti). A terceirização dos serviços praticada por essa gestão desestruturou toda a rede de assistência da cidade. O Hospital Municipal de Urgências (HMU) e o Hospital Municipal da Criança e do Adolescente (HMCA) deixaram de ser retaguarda de especialidades. Além disso, a rede perdeu muitos profissionais devido ao desmonte desses hospitais, a falta de um plano de carreira, a escassez de novas contratações e até assédio por parte da administração.
Fonte: Assessoria Simesp